terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sintoma: de entrega... ou de alívio.

um suspiro.
talvez o necessário pra deixar tudo em 'pratos limpos.
as vezes, mais forte do que qualquer palavra gritada.
uma boa dose de carinho e atenção.


" (...) e Liesel se agachou na sarjeta e chorou. Tudo levava àquilo.
Rudy ficou parado junto dela.
Começou a chover, uma chuva muito forte.
Kurt Steiner chamou, mas nenhum dos dois se mexeu. Uma estava sofridamente sentada, em meio às bateladas de chuva que caíam, e o outro se postava de pé, a seu lado, esperando.
(...) Quando ela enfim terminou e se levantou, o menino pôs o braço em seus ombros, no melhor estilo melhor amigo, e os dois seguiram caminho. "

domingo, 25 de janeiro de 2009

O mundo tem uma enorme dívida com a África,

Assunto: Etiópia.
População
Não há na Etiópia um tipo racial único, pois sua população resulta de uma mescla de grupos de diversas origens, distintos entre si no tocante à língua, à religião e à cultura. O grupo mais numeroso é o dos amhara, seguido pelo gala, tigré, afar, somali e agew. As línguas também são múltiplas - nilótico, tigré, somali, árabe - embora a língua oficial seja o amárico. Fala-se também inglês e italiano. Nas décadas de 1970 e 1980, a Etiópia apresentou elevada taxa de natalidade, embora o crescimento da população tenha sido freado pelos altos índices de mortalidade, um dos maiores do mundo. Esses fatores determinam uma população muito jovem. A esse fato se somou a emigração de grandes contingentes da população etíope para o Djibuti, entre meados da década de 1970 e o princípio da década de 1980, devido aos constantes conflitos internos. Durante esse período, a Etiópia era o terceiro país africano em número de habitantes. A população etíope é eminentemente rural, habita sobretudo os planaltos e se dedica às atividades agrícolas. Um importante segmento ocupa-se da pecuária e tem vida nômade.


Sociedade e cultura
O predomínio da agricultura de subsistência, o subdesenvolvimento, a precária infra-estrutura, as exportações pouco diversificadas e a ausência de capital nacional são fatores de pauperismo no país. Além do subdesenvolvimento, o flagelo da seca e os permanentes conflitos internos, em particular os movimentos separatistas, e externos, como os que ocorrem na fronteira com a Somália, dizimam e consomem a população etíope. O sistema de saneamento básico é restrito às grandes cidades, apesar dos esforços para melhorar as condições de salubridade das zonas rurais. Um dos grandes problemas enfrentados pelas autoridades sanitárias etíopes é a resistência da população aos modernos métodos de saneamento. As práticas curandeiristas, os parcos hábitos de higiene e a escassez de água potável contribuem para a propagação de doenças tropicais e contagiosas.


[1984]
Em 1984, a colheita parecia vir a ser muito pobre. Não tivesse havido a habitual 'Primavera, chuvas e doenças teriam destruído as culturas em sidamo, região da Etiópia. Em Março, o Governo etíope advertiu que 5 milhões de pessoas estavam em 'risco de fome', pois o país poderia produzir apenas 6,2 milhões de toneladas de grãos por ano, 1 milhão menos que o necessário.
Até o verão, dezenas de milhares de etíopes foram morrendo de fome e doenças relacionadas. Agências de Ajuda Humanitária disseram que seis milhões de pessoas estavam em risco. Mas os governos ocidentais se mostraram relutantes em se envolver. A Etiópia tinha sido um estado marxista desde a queda do Imperador Haile Selassie, em Setembro de 1974. O Ocidente temia ajudar a suportar os custos da seca enquanto que o governo militar de Mengistu Haile Mariam gastava dinheiro comprando armas, fomentando um regime marxista-leninista. Como se não bastasse a miséria e os castigos naturais, o dilema da Etiópia era complicado por 20 anos de guerra civil em províncias do norte da Eritréia e Tigre.
Em Outubro de 1984 o número de mortos na Etiópia foi estimado em 200.000. Diplomatas ocidentais estipulavam que 900.000 pessoas morreriam até o final do ano, independentemente do nível de ajuda. Comovidos pelo drama africano, em dezembro, o 'público' ocidental havia doado mais de £ 100m, mas o governo etíope, acelerando a sua guerra interna e contínua, desviava os suprimentos enviados como ajuda para suas tropas. (...)


[versão traduzida e adaptada de: http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/703958.stm]
[21.05.08]
Em um comunicado divulgado ontem, o Unicef, a agência das Nações Unidas encarregada da infância, estimou que 126 mil crianças etíopes precisem de comida e tratamento médico com urgência, por causa da grave desnutrição. A atual situação foi qualificada como "a pior desde a grande crise humanitária de 2003". Na época, a seca fez com que 13,2 milhões de pessoas procurassem ajuda para se alimentar.Segundo o Programa Mundial de Alimentação (PMA) das Nações Unidas, 2,7 milhões de etíopes necessitarão de auxílio em comida por causa da falta de chuva - o número é quase o dobro daqueles que dependiam dessa ajuda no ano passado. Outros 5 milhões dos 80 milhões de habitantes do país recebem ajuda todos os anos, pois não têm comida suficiente, sejam as colheitas boas ou ruins.
Não se sabe quantas crianças morreram. ONGs e funcionários da área de saúde afirmam que entre 10% e quase 20% delas estão subnutridas, sendo 15% em situação crônica.O tema ganhou notoriedade em 1984, quando a fome matou cerca de 1 milhão de etíopes. Comparada à dos anos 80, a crise atual é menor, mas ainda gravíssima.


Indicação de filme: "Amor Sem Fronteiras"

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Valor da Amizade.

Às vezes nos encontramos preocupados, ansiosos, em volta há situações complicadas,
nos sentindo meio que perdidos, mas somente o fato de conversarmos com um amigo,
desabafando o que nos está no íntimo, já nos sentimos melhor, mesmo que as coisas
permaneçam inalteradas.
Quantas vezes são os amigos que nos fazem sorri quando tínhamos vontade de chorar,
mas a sua simples presença traz de volta o sol a brilhar em nossa vida.
A simplicidade das brincadeiras pueris, da conversa informal, momentos de descontração que muitas vezes pode ser numa conversa rápida ao telefone, no vai e vem do dia ou da noite, no ambiente de trabalho ou de escola, enfim, em qualquer lugar a qualquer hora.
Entretanto, não existe só alegria, amor, felicidade nesta relação que como em qualquer outro relacionamento, passa por crises passageiras, por momentos intempestivos, abalos ocasionais.
Ainda que tenhamos muito carinho pelo amigo em questão, às vezes por insegurança, por ciúme,
por estarmos emocionalmente alterados ou nos sentindo pressionados, acabamos sendo injustos com ele e isso pode ser recíproco.
Podemos comparar esse elo de amizade ao tempo que passa por alterações climáticas constantemente, mas é dessa forma que aprendemos a nos conhecer, compartilhar momentos, que se desenvolve uma amizade.
Diante do amigo somos nós mesmos, deixamos vir à tona nossos pensamentos a respeito das coisas, da vida, nos mostramos como verdadeiramente somos.
Há amigos que nos ensinam muito, nos fazem enxergar situações que às vezes não percebemos o seu real sentido, compartilham a sua experiência conosco, nos falam usando da verdade que buscamos encontrar.
São eles também que nos chamam a razão, chamando a nossa atenção quando agimos de modo contraditório, que nos dizem coisas que não queremos ouvir, aceitar, compreender.
Ao longo de nossa vida muitos amigos passam por ela e nos deixam saudade, mas também deixam recordação de tudo que foi vivido.
É na amizade verdadeira que encontramos sinceridade, lealdade, afinidade, cumplicidade, simplicidade, fraternidade.
Amigos são irmãos que a vida nos deu para caminhar conosco ao longo da nossa jornada espiritual,
Extrapolando os limites do tempo, continuando quando e onde Deus assim o permitir.

[Sandra Quevedo Demarchi Nogueira]

domingo, 18 de janeiro de 2009


Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhose abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecemem seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

- Clarice Lispector.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

- qual o poder do SEU voto?

“De, mais ou menos, uns dez anos para cá, nos meses que antecedem as eleições, saio às ruas e ouço, em toda parte, sempre a mesma cantilena raivosa: “Que droga, as eleições estão chegando. Lá vou eu ter de votar de novo. Por que somos forçados a votar se os candidatos são os mesmos pilantras e malandros de sempre, que só querem roubar, fazer politicagem, empregar parentes, etc.?”. A revolta que alimenta frases assim não nasceu por obra do acaso. É o resultado óbvio da profunda desilusão que a política brasileira trouxe ao povo nas últimas décadas. Com a redemocratização do Brasil, nos anos oitenta, acreditava-se que a temporada de trevas e atraso ficara para trás e que o país, finalmente, encontraria sua rota de desenvolvimento, liberdade e ética. Não foi bem o que aconteceu e o que vemos hoje é uma nação sufocada por problemas que se arrasta, tropeçando na própria letargia e nos vícios políticos, ideológicos e burocráticos, que parecem perpétuos e incuráveis.” (...)

A minha pergunta é: se o voto é tão importante, por que, então, queremos abrir mão dele? Não podemos nos esquecer de que há trinta anos, pessoas morreram e desapareceram neste país, lutando para que pudéssemos votar, numa época em que esse direito nos havia sido seqüestrado pela repressão. O voto é uma conquista extraordinária e, ao contrário daqueles que reclamam das eleições e vão às urnas com o semblante contrafeito, acredito que num país como o Brasil, ele deve continuar sendo obrigatório pelo menos por enquanto. Isso porque não atingimos ainda um grau de desenvolvimento social e humano que nos permita adotar o voto facultativo, comum nas nações desenvolvidas. Caso ele fosse implantado, a democracia e a representatividade poderiam sair seriamente abaladas e teríamos uma acelerada deterioração do ambiente político. Afinal, apesar de estarmos no século XXI e de inegáveis avanços terem acontecido nos últimos anos, é sabido que no Brasil ainda são comuns os chamados currais eleitorais e práticas espúrias como o voto de cabresto e que a maior parte do povo não tem acesso suficiente à informação e nem tampouco a capacidade de processá-la, para saber quem é quem de fato no cenário eleitoral e as suas reais intenções. Caso o voto se tornasse facultativo, a parcela mais revoltada da população – ou seja, a classe média esclarecida e informada, que assiste estupefata ao desenrolar dos acontecimentos nos bastidores do poder e do sistema partidário – desiludida com a classe política e incrédula quanto aos rumos do país, deixaria automaticamente de votar, inclusive fazendo desta decisão um ato de protesto, ainda que com resultados nulos. Ao mesmo tempo, as massas, manipuladas (e muitas vezes compradas) por políticos populistas e oportunistas, compareceriam em peso às urnas e os resultados dos pleitos seriam ainda mais desastrosos do que vêm sendo.A verdade é que somente quando tivermos reduzido a desigualdade cultural do povo e nivelado as pessoas por cima na sua capacidade de pensar e refletir é que poderemos nos dar o luxo de flexibilizar o sistema eleitoral, dando às pessoas o poder de escolha sobre votar ou não. Se queremos nos igualar aos países europeus em matéria de voto, que primeiro busquemos essa igualdade no plano sócio-cultural. Até lá, que o voto continue obrigatório. E que possamos, cada vez mais, celebrar a democracia em nosso país e lutar para que ela não seja mais interrompida, relembrando sempre as lições que o passado nos legou.

Vanessa Paula, [05.out.2008]

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

'alusões'



Pegar um livro, lê-lo, o suficiente pra sorrir, sentir, entender... e então, encostá-lo na estante, pôr na escrivaninha. Outro livro, diferente, talvez um romance? Envolver-se, amá-lo... Outro ao mesmo tempo. A vida nas páginas de mofo, a reciprocidade com o contorno das letras, o capítulo... esfriou, a história de amor se confundiu com o mistério do oitavo livro da semana.
Hora de esperar, encostá-lo. O consolo, a crença de poder retornar àquelas mesmas estórias, do ponto em que párei, com leves brancos do roteiro que passou.
Colecionar meios, prefácios, prólogos, e o inestimável final em estantes, mãos soltas, e debaixo da cama é, definitivamente um privilégio do mundo literal.
- para os que não compartilham do habitat paralelo de uma confusa paixão, saibam... pessoas não são livros.

[por: amandagomes]

domingo, 11 de janeiro de 2009

Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala. Simples, rápido! E quanta força! Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:"Diz alguma coisa, mas não ficaaí parado me olhando!" É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situaçõesem que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua,o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba, é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há emails na caixa de entrada, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim, você entende a mensagem.
[A Voz do Silêncio - Martha Medeiros]