fonte [da ilustração]: http://dovale.zip.net/
E AGORA? Será que as coisas mudam de figura? Até quando continuarão sem assumir a responsabilidade deste ato? O fato é que a Prefeitura, tendo esse direito ou não, deveria parar para ouvir a população e uma organização ambiental não governamental da cidade, o que poderia evitar polêmicas desnecessárias.
Segundo os comentários da população, as árvores foram ‘raspadas’ para satisfazer a empresa responsável pela a organização/montagem dos festejos juninos. Os boatos giram em torno do ‘posicionamento do palco’ e da ‘localização dos camarotes’. Vejam só, as árvores foram destruídas (é, parei de utilizar eufemismos) para deixar livre o campo de visão para quem estiver nos camarotes que deverão ser montados.
Outro absurdo.
Camarotes? Começou a Era das privatizações na Festa do Padroeiro da Cidade de Assu?
O São João sempre foi caracterizado como uma celebração de cunho popular, na qual todos participam de forma indiscriminada. Há muito tempo que algumas coisas em relação aos festejos vem me incomodando.
De início o incômodo resumia-se a questões de gastos exorbitantes. Nunca entendi o absurdo de dinheiro que é gasto com contratos de apenas bandas no auge do sucesso e nacionalmente conhecidas. Na verdade, entendo sim. A própria população – que sofre em massa de uma espécie de alienação – “exige” isso dos representantes. Entendo, mas não consigo aceitar a atitude dessa massa, a qual parece acreditar que está tudo indo maravilhosamente bem no Município desde que as atrações Juninas tenham a presença de “Forró do Muído, Aviões, Solteirões e companhia”.
- E antes que vocês achem que sou contra a festa de São João, não, não sou. Sei da sua importância religiosa, turística, política, comercial, de lazer... Mas um pouco de bom senso não faz mal a ninguém.
Agora, como se já não bastasse isso, surgem os camarotes e tapumes. Daqui a pouco surgirão os abadás e aí o “carnaval” fica completo.
Foram colocados tapumes (“blocos” de madeira) em frente às residências assuenses. Desrespeito. Desrespeito com os moradores que mantêm os costumes interioranos de sentar na calçada a noite e prosear com seus vizinhos e familiares. Desrespeito com os que, da própria calçada costumavam assistir à missa e prestigiar o festejo como um todo. Burrice. Burrice por bloquear a visão da parte histórica da cidade, dos casarões antigos – que, aliás, se fossem vistos por outro ângulo serviriam para enriquecer o turismo e a cultura do Município.
Vanessa Paula.
Vanessa, esse seu belo artigo evidencia a sua lucidez e sensibilidade em relação as questões ambientais e porque não dizer o seu protesto por demais procedente, quanto a agressão as arvores e a discriminação das camadas populares com a inclusão de camarotes. Ao le-lo encontrei o conteudo do meu protesto "boca-a-boca". Você registrou de forma inteligente e coerente o sentimento reinante entre muitos assuenses. A tradição é também uma forma de expressar a cultura local.
ResponderExcluirÉ lastimável que os detentores do poder público local não tenham a comprensão e sensibilidade que permitam a leitura que estamos a fazer dessas atitudes. Tinha a esperança de que a lucidez e a inteligencia dos organizadores permitissem rever posições tão atrasadas, limitadas e equivocadas.
A tradicional Festa de São João é uma manifestação eminentemente popular de carater religioso e social.
Meu abraço, Zoraide.